segunda-feira, 13 de julho de 2015

O caminho

"O caminho justifica o objectivo final?" Filosofias à parte. Versos de Camões à parte. Desculpas à parte. Se é o caminho, é porque é o único que encontras, caso contrário seria um caminho. Mas não, é o caminho, o caminho onde és quem és, onde a pessoa que és se descobre e vive. É o caminho que escolheste já há algum tempo, o teu caminho. Assim que embarcas nele, já deixaste a tua marca, já deixaste pegadas. Sim podes ficar parado, ficar estagnado e não avançar. Podes voltar para trás, voltar ao ponto de partida, mas a verdade é que estarás a destravar caminhos já destravados. Qual é essência de tal acto? Conhecer o que já conheces? Calcar o que já foi calcado? É o mesmo que fazer do presente o passado, já não há ali mais nada, nada vai mudar se continuares no passado. Por isso, avança! Calca o que ainda não foi calcado, aventura-te no desconhecido. Pode ser constante, ser uma estagnação do passado, mas envolve o eu dinâmico. Mas uma coisa é certa, não fiques estagnado a imaginar o eu dinâmico, não fiques preso às pegadas inexistentes do futuro. Vive no presente, em cada passo, em cada pegada que dás, vive e aventura-te.  A vida é tal e qual como numa montanha russa, por mais medo que tenhas ao inicio, por mais receio que te impeça de avançar, quando finalmente te decides aventurar é um mix de emoções. Muitas delas, nem perdendo a conta às vezes que andaste saberás explicar, outras apesar de se parecerem com receio, estagnação e infelicidade e trazerem dor, são momentâneas, depois, as que ficam e são recordadas, são a alegria, a euforia, a liberdade e a felicidade que encontras naquele percurso. Quando acaba, só queres voltar a andar. Porquê? Não é certamente porque predominam os sentimentos negativos. A verdade é que sem  um pitada de sentimentos negativos, não saberíamos dar valor à felicidade que nos enche o coração. Por isso sim, vale a pena esfolar o coração e arranhar a alma, vale a pena porque no final tudo melhora, tudo regenera. Vale a pena arranjar forças na esperança, porque, um dia, a esperança torna-se real, e o real ocupa o lugar da esperança.

- MM -

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