Hoje estava muito bem a andar na rua, pronta a tirar uma foto para enviar aos meus amigos do novo aspecto daquele espaço. De repente, um rapaz pouco mais velho que eu (se não da minha idade) e com boa aparência afasta-se do seu grupo de amigos e:
- Posso-te fazer uma pergunta?
- Sim, claro. Diz.
- Estou um bocado triste. Dás-me um abraço.
Estranhei tal pedido, ele deve ter reparado pelo que insistiu.
- Vá lá, só um.
- Eh pah não, os meus amigos já estão à minha espera.
Recomeço a andar. Ele vem atrás de mim e agarra-me na mão e mete-se à minha frente.
- Vá lá, estou mesmo triste.
Autoabraça-me (se é que isto existe), dou uma palmadinha nas costas continuando a estranhar toda a situação.
- Já estás mais feliz?
- Já sim, obrigada!
E seguimos os dois o nosso caminho. Foi estranho. Foi uma atitude estranhamente feliz para quem estava infeliz, mas a verdade é que aquele rapaz tornou o meu dia mais interessante. Odeio o preconceito criado pelas pessoas de estranhos e tal. Se vivêssemos num país com pessoas mais receptivas, continuava a falar com o rapaz. É sempre bom conhecer malta nova, mas eu própria vivo nesse preconceito. Se estivesse mais desinibida ou com amigos seria totalmente diferente. Portanto, obrigada estranho por mais uma história para contar.
- MM -